segunda-feira, 4 de julho de 2016

"O LIVRO DAS MEMÓRIAS"



XXIX

Enquanto o café estampava a madrugada
Em sua última e estapafúrdia volúpia,
Figuras de constelações em livros antigos,
Quietas, ouviam a conversa.

Como se toda chance não fosse última,
A alvorada bisbilhotava
Entre as frestas nas paredes de madeira
E o mais sacro altar, vilipendiado.

A partida envolve, em melancólico véu,
Quem fica e quem vai,
De costas, indefeso,

Envolve em melancólico véu quem fica
E quem vai, na solidão,
O mundo inteiro o recebe de braços abertos.

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