sexta-feira, 8 de setembro de 2017
ATRÁS DAS PORTEIRAS, POEIRAS
Tenho tantos corações
Que perdi a conta:
Tontos corações no descompasso
Por trepidantes caminhos -
Filho de terra roxa,
Devia, desde cedo saber do amor
Roedor nefasto
Adoentando o coração
Do trouxa.
Minha mãe
Reze por mim
Aquela receita infalível
Pro filho,
Isento do vil peso metálico,
Ao ter de andar nos trilhos.
Tenho tantos corações
Que perdi a conta:
Uns doentes
Da sovinice de não poder
Se perder da estrada;
Outros,
Na saúde fátua
De chaga mal curada.
Tenho corações:
Não ligo em perder pulmões.
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