sexta-feira, 28 de julho de 2017
HORA DE COLHER AS TEMPESTADES
Os versos estão quebrados
Na calada desta noite morna:
Poetas desesperados vêm comprar cordas,
Balancear em árvores surdas -
Cisco pendulando
Um glacial olho de lua.
Uma vela pra Deus
E uma reza ao Cão
Quando o vício não mais destruir
E quando não houver mais vícios
Pra se distrair,
Rodamoinho roda pião
Limpa o terreiro quem tem arado,
Quem não tem é empregado:
Paga a vida a prestação -
Uma vela pra Deus
Velar a poesia
E uma reza ao cão
Dançando algaravia.
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