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As mãos que trabalham a terra são sujas.
Jamais afagarão a assepsia
Esbanjada nos sorrisos vendedores de terra,
Em horário nobre, na televisão.
Lessez faire! Lessez passez!
Que nobreza pode haver em mãos cansadas,
Escalavradas, vacilando a fadiga na noite?
- De minha é a terra guardada na unha -
Deus ajuda quem cedo madruga?
Liberdade abre as garras sobre nós!
Prestidigitação na calada da noite:
Hora de plantar e colher; juros;
Rigorosas intempéries de papel;
Safra recorde; escassa hora de comer.
Campanha da cidadania contra a fome!
O Brasil, ridente, se faz com gente
Fácil de se passar pra trás.
Gente se enterra onde não há terra -
A César o que é de César.
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