sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

ARTHUR RIMBAUD




















Vou para o Egito no século passado
Ver a noite arrastando as almas
Para além das portas do crepúsculo.
A Esfinge olha impávida.

- Cheira a carne estragada lá fora -
Disse o chefe de expedição
Com um tratado geográfico
Pendente numa das mãos.

O trem-de-ferro passa, supersônico,
Ao tremor das persianas
Guardando, num sussurro atrasado,
As noites onde tentávamos morrer.

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