sexta-feira, 24 de março de 2017
ALVORADA
Tentei falar tua língua
Depois de morar muito
Em meu país.
O pó cobriu meus olhos
Enquanto olhava
O vento na estrada.
Contou-me um passarinho
De mentira engaiolada:
- Ela hoje vive em terra feliz.
Vou matar os passarinhos, todos!
Rasgar a golpes de faca
Meu coração jogado no mundo.
Vem o olho, brilhante,
De tua terra espiar azul
Em meu céu profundo.
Leve embora aquela dor que me deixou,
Não me serve mais, o vento secou.
Em toda estrada,
Sóbrio,
Meu fígado caminha.
Hoje rio
De uma dor que não é minha.
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