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Venha menina,
Ver o que secou da primavera
E o vento não levou.
Abra, também,
Teus olhos
Já que no buraco onde escondemos
Todo o longe fica perto e,
No azul do céu que é teu
Mora, junto, meu deserto.
De que importa saber da fome
Mordendo o calcanhar
E rostos sem olhos
Chorando um grito,
Morto no portão? -
Tem dono o meu e o teu coração.
De que importa saber da fome
Quando, na mais podre e negra miséria,
A boca ainda come?
- Nosso céu de carvão.
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