
Tenho vontade de parir mentiras
Já que, poeta do indizível,
Poemas vêm-me estapafúrdios;
Tapas na cara,
Mas não ofereço o outro lado.
Você tem alma fluída
E só não vejo porque não quero;
Fria alma fluída
Permeando cada um dos desvãos
Dessa inesgotável noite.
Estamos esperando o luar
Cumprir sua nefasta missão:
Alma afastada das estepes;
Lobo sobejando o vento.
É claro que estas almas de estepe
São de frialdade inigualável
E as planícies gélidas do teu coração
São batidas de bronze,
Marcando passos
Num chão de cadafalsos.
Poeta, cantei versos no teu passar
Morando num mundo além daqui;
Um mundo sem casa e coração,
Donde era a vida arrancada a sangue frio.
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