"E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo."
Lucas, IV, 5
Insistindo teu amor
No meu jeitoTenho-te longe,
No meu peito,
Assim como,
Quer queira ou não,
Minha pele
É teu coração.
Um ódio eterno
Buscando eterno perdão:
Assim sangra minha mão
Sentindo sangue em tua mão:
Minha jaqueta bêbada
Em sereno-madrugada
Tem receio de altura
E de céu não sabe nada.
Se, talvez fosse poeta
E vestisse não máscara,
Mas coragem
Subiria o mais alto morro
E deixaria ao tempo
A aragem;
Vomitaria embriagado
Minha mentira na cidade
Até ruas serem desertos
E rabiscaria - louco tentando pintura -,
Como se fosse novidade
Os teus olhos no céu.
Mas só podendo ser humano,
Iludo verdades no papel
Feito pedra atirada em rio,
Mentindo ao inferno
Um céu de ponta-cabeça
E sonhando cirandas passeando tuas entranhas em tórridos sufocos e emergindo, em cada poro, misturando-se ao léu: sendo brilho de luz, gerando pedras, madeiras, colibris e voando verdades, com coragem de mentira.
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