The boy pays
Your price to the devil:
White in
Black'n blues,
Cryin' a life
On your shoes;
Dressed in
The nigger mask
With paradise's bitches,
Lost in the south
Of your soul.
The boy pays
Your price to the devil, to
The white devil.
No dia em que a vida
Não for só preto
E branco
E o céu não tiver tanta
Conta
Em abrir o ar,
Voar, voar:
Passo uma história
Ao teu fim,
Pois sei,
Custas acreditar,
Dançar, dançar,
Dançar:
Não mentes quando falas
Assim,
Traem-te os dentes,
Ridentes, ridentes...
De alma leve
E corpo ausente
Dá dor no peito da gente!
O ronco surdo do metrô
Irrompe a madrugada à luz do dia.
Pouco a pouco
A noite deixa as ruelas
Aos cuidados dos outros tempos -
Monóxida respiração,
Carbonização moderna
E a todo instante
Os digitais augustos,
Nas praças,
Esquecem instantes -
Cinco e cinquenta e
Um e...
Dois e...
Três...
- Distraidamente,
Um galo canta
Contorcendo os tempos
Que mudaram.
Pode ser que amanhã
Alguém dê ouvidos ao palhaço,
Mas o que eu contar de mim
Vai ser você,
Ou pelo menos eu
Com falta de beijo
E um tremendo calo
Na memória.
E pode ser que amanhã
Eu morra
Sem um pelo menos,
Mas,
Com um demais
Que de tanto se encheu
E me fez ficar assim
Pulando de canto a outro
E querendo do seu fim
Só eu.
"E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo."
Lucas, IV, 5
Insistindo teu amor
No meu jeito
Tenho-te longe,
No meu peito,
Assim como,
Quer queira ou não,
Minha pele
É teu coração.
Um ódio eterno
Buscando eterno perdão:
Assim sangra minha mão
Sentindo sangue em tua mão:
Minha jaqueta bêbada
Em sereno-madrugada
Tem receio de altura
E de céu não sabe nada.
Se, talvez fosse poeta
E vestisse não máscara,
Mas coragem
Subiria o mais alto morro
E deixaria ao tempo
A aragem;
Vomitaria embriagado
Minha mentira na cidade
Até ruas serem desertos
E rabiscaria - louco tentando pintura -,
Como se fosse novidade
Os teus olhos no céu.
Mas só podendo ser humano,
Iludo verdades no papel
Feito pedra atirada em rio,
Mentindo ao inferno
Um céu de ponta-cabeça
E sonhando cirandas passeando tuas entranhas em tórridos sufocos e emergindo, em cada poro, misturando-se ao léu: sendo brilho de luz, gerando pedras, madeiras, colibris e voando verdades, com coragem de mentira.
Ficar em casa é nada
Assim como é nada
O mundo depois de ganho.
Ah, o bom mesmo é estrada -
Ter as coisas tão rápidas
Que não têm outra chance
Além de serem tuas:
Ganhar o mundo
Perdendo tudo
É que tudo vai crescendo,
Sendo mudo,
Mudo tudo.