sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
DUAS ESTRELAS
No bojo do pinho uma sede
Desenhando miragens de orvalho,
Colorindo de lua o jardim,
Ansiando aceno de galho.
No bojo do pinho o feitiço,
Em reza mal acabada,
Esperando recair à flor
Um beijo de asa quebrada.
O cheiro de nuvens
Esconde a lua
E perfuma cordas
De solidão.
O céu tão perto
Assim da rua
Deixa tão alto
O portão.
Duas estrelas,
Só de pirraça,
Piscam faceiras
Em tom de punhal profundo,
Que vem queimar,
Em febre cachaça,
Um já torto peito
De um menestrel vagabundo.
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