Já tenho a idade de um pai
Que filosofa feijão e inflação.
Deve ser mesmo complicado
Ser herói
E até fácil
Estrangular flores
Que teimam perfumar
Pétalas-pássaros
No vento assoviando
As grades de gaiola,
No lado de fora.
A maldição de ter o chão
Até onde a vista alcança,
Ter asas assanhadas
Nos pés dormentes,
Numa terra tão bonita,
De moças tão bonitas,
Tão bonitas.
Meu livro mais antigo
Tem a idade de um filho
E ainda não sabe andar!
Já tenho a idade de um pai
Mas, há tempo,
Já não sei chorar.
Sou forte até quando quiser!
Nenhum comentário:
Postar um comentário